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Argélia obtém aprovação oficial para ingressar no Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS

A Argélia agora está oficialmente no clube. Mais cedo hoje, o país do Norte da África recebeu sinal verde para se juntar ao BRICS New Development Bank (NDB).

O anúncio veio diretamente de Dilma Rousseff, presidente do banco, durante a reunião anual do NDB na Cidade do Cabo, África do Sul.

O NDB tem estado em uma onda de filiação recentemente. Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai se juntaram em 2021. Para a Argélia, é uma chance de explorar novas oportunidades econômicas e expandir suas conexões globais.

Em julho, a Argélia solicitou a adesão ao BRICS New Development Bank com uma contribuição de US$ 1,5 bilhão. O presidente Abdelmadjid Tebboune disse:

“Estamos buscando abrir novas portas econômicas e fortalecer nossos laços, especialmente com países como a China.”

A economia da Argélia é fortemente dependente de petróleo e gás, constituindo uma grande parte do seu PIB. O país está tentando diversificar, mas é mais fácil falar do que fazer.

A adesão ao NDB poderia ajudar o país a obter novos financiamentos para projetos que poderiam modernizar sua infraestrutura e reduzir sua dependência de hidrocarbonetos.

Em teoria, isso poderia levar a um crescimento econômico mais estável a longo prazo. Mas há um outro lado dessa moeda. As próprias nações BRICS não estão exatamente em alta.

Muitos deles têm problemas econômicos próprios. Alta dívida pública, sanções e instabilidade política — essas são apenas algumas das dores de cabeça que a Argélia pode herdar.

O que a Argélia tem a ganhar e a perder

Fazer parte do BRICS New Development Bank abriria algumas portas sérias para a Argélia. Para começar, há a possibilidade de aumento do comércio com outros membros do BRICS.

Grandes players como China, Índia e Brasil podem se tornar novos mercados para produtos argelinos. Estamos falando de mais do que apenas petróleo e gás — há potencial para a agricultura e outros setores verem um impulso.

Mas com cada oportunidade vem o risco. O NDB não é apenas uma fonte de dinheiro grátis. A economia da Argélia pode acabar ficando muito presa a esses países BRICS. Se eles tropeçarem, a Argélia pode sentir a queimadura.

E tudo isso provavelmente vai prejudicar suas relações com os países ocidentais. A UE e os EUA são atualmente alguns dos maiores parceiros comerciais da Argélia. Se a mudança para o BRICS parecer muito agressiva, pode haver algumas consequências diplomáticas e econômicas.

Há também riscos políticos. O cenário político da Argélia não é o mais estável, e adicionar outra camada de complexidade pode desequilibrar a balança.

A influência militar na política e as divisões internas podem prejudicar a capacidade da Argélia de tirar o máximo proveito de sua filiação ao BRICS. Qualquer instabilidade pode assustar potenciais investidores ou levar a reformas malfeitas.

E há a questão do protecionismo. A Argélia tem um histórico de favorecer seus próprios interesses em detrimento de mercados abertos, especialmente quando se trata da UE. Tarifas, proibições de importação e outras barreiras comerciais tornaram mais difícil para os produtos europeus entrarem no mercado argelino.

Se a Argélia dobrar essa estratégia com seus aliados do BRICS, poderemos ver ainda mais atrito com a Europa. De acordo com estatísticas recentes, as exportações da UE para a Argélia já caíram de € 22,3 bilhões em 2015 para € 14,9 bilhões em 2023.

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