CEO da BlackRock prevê expansão inevitável do Bitcoin
Larry Fink, CEO da BlackRock, não acredita que a adoção do Bitcoin está ligada a quem será o próximo presidente americano e se o mercado terá mais ou menos regulação. Na sua visão, o primeiro passo é desenvolver análises e dados, algo que trará novos investidores.
Suas falas foram ditas nesta segunda-feira (14) após a divulgação dos dados do terceiro trimestre de sua empresa.
Na oportunidade, Fink também comparou o Bitcoin ao mercado de hipoteca. Embora hoje valha US$ 11 trilhões, ele também começou muito devagar até ganhar tração.
No momento, o Bitcoin está avaliado em US$ 1,32 trilhão. Junto a outras criptomoedas, a soma sobe para US$ 2,3 trilhões. Independente disso, o CEO da BlackRock afirma que o “Bitcoin é uma classe de ativos própria”, uma visão parecida com a da Fidelity, que afirma que “o Bitcoin não tem concorrentes”.
Larry Fink vê grande potencial no Bitcoin
Larry Fink, CEO da BlackRock, já foi um crítico do Bitcoin. No entanto, após estudar a criptomoeda mais a fundo, tem feito apenas elogios ao projeto. Nesta semana, o executivo falou sobre o futuro desse mercado, ignorando ruídos vindos do lado político.
“Não estou certo se o Presidente ou outro candidato faria diferença. Acredito que a utilização de ativos digitais vai se tornar cada vez mais uma realidade global.”
“Sinceramente, não acredito que seja uma função de regulação, de mais regulação, menos regulação”, continuou Fink. “Acredito ser uma função de liquidez, transparência, e por meio desse processo, nada diferente do que você — anos atrás, quando começamos o mercado de hipotecas, anos atrás quando o mercado de alto rendimento surgiu, começou muito devagar, mas cresceu conforme desenvolvemos melhores análises e dados, e depois, por meio de melhores análises e dados, mais aceitação e uma ampliação do mercado.”
Além de dizer que o Bitcoin é uma alternativa a outras commodities como o ouro, o executivo também citou o Ethereum na expansão da demanda por ativos digitais. Atualmente, a BlackRock possui ETFs de Bitcoin e Ethereum, e já afirmou que não planeja explorar outras criptomoedas.
Outro ponto citado por Fink que não deve ser ignorado é a digitalização do dinheiro estatal. Afinal, isso leva a tecnologia para as massas, deixando-as mais confortáveis com commodities digitais.
Dentre os países destacados pelo executivo está a Índia e o Brasil. Enquanto a Índia já levou a rúpia digital (E-Rupia) para 5 milhões de usuários, o Brasil fez grandes avanços com o Pix e agora está testando o real digital (Drex).
No entanto, o CEO da BlackRock nota que “essas moedas são muito diferentes do Bitcoin em si”, embora estejam no mesmo jogo.
Por fim, Fink também falou brevemente sobre a chegada das inteligências artificiais, que podem trazer melhores dados de análise, casos de uso e ampliação desses mercados.
No momento desta redação, a BlackRock detém R$ 138 bilhões em Bitcoin e outros US$ 6,2 bilhões em Ethereum em seus ETFs. Embora os valores pareçam altos, as falas de seu CEO mostram que a gestora acredita em um crescimento ainda maior.