FMI diz que mais impostos é a solução para criptomoedas e Inteligência Artificial
O Fórum Econômico Mundial (FMI) está propondo aumentar impostos para mineradoras de criptomoedas e empresas de Inteligência Artificial (IA). As taxas seriam uma punição para o alto consumo de energia desses dois setores, desincentivando investimentos futuros.
“Uma única transação de Bitcoin requer aproximadamente a mesma quantidade de eletricidade que uma pessoa média em Gana ou no Paquistão consome em três anos”, escreveu o FMI. “As consultas ao ChatGPT exigem 10 vezes mais eletricidade do que uma pesquisa no Google, devido à eletricidade consumida pelos centros de dados de IA.”
Isso seria o mesmo que comparar o uso de uma máquina de escrever com um computador, ou então uma pesquisa realizada em uma biblioteca ao invés do uso da internet. É o FMI reclamando da evolução.
Seguindo, o texto aponta que hoje data centers que abrigam soluções de IA já gastam mais energia que a mineração de criptomoedas e a diferença deve aumentar no futuro.
No total, os dois setores podem consumir até 6% da energia elétrica do mundo em três anos, sendo responsáveis por até 2% de todas as emissões de CO₂ em 2027.
FMI acredita que a solução é mais impostos
Conforme o mundo progride, necessitando obviamente de mais eletricidade, seria natural pensar que a solução é a criação de novas fontes de energia. No entanto, o FMI acredita que isso deve ser resolvido com mais impostos.
“O sistema tributário é uma forma de direcionar as empresas para reduzir as emissões.”
“Segundo estimativas do FMI, um imposto direto de US$ 0,047 por quilowatt-hora levaria a indústria de mineração de criptomoedas a reduzir suas emissões de acordo com os objetivos globais”, continua o texto. “Se considerarmos o impacto da poluição do ar na saúde local, essa alíquota subiria para US$ 0,089, resultando em um aumento de 85% no preço médio da eletricidade para os mineradores.”
Hoje o custo da energia de mineradoras varia de empresa para empresa, dependendo da solução encontrada. De qualquer forma, tais custos ficam entre US$ 0,04 a US$ 0,09 por kWh. Portanto, os impostos propostos representariam mais que o próprio produto consumido.
Embora não explique como essa taxa seria usada, o FMI afirma que ela geraria uma receita anual de US$ 5,2 bilhões/ano (R$ 28,3 bilhões) para governos.
Como comparação, dados do Impostômetro apontam que apenas o Brasil já arrecadou R$ 2,2 trilhões em impostos em 2024. Já os Estados Unidos arrecadaram R$ 24 trilhões (US$ 4,4 trilhões) em 2023.
Ou seja, esses US$ 5,2 bilhões seriam uma gota em um oceano, não parecendo uma questão de dinheiro, mas sim de barrar essas indústrias.
“Complementar os impostos sobre eletricidade com créditos para aquisição de energia bilateral sem emissões, e potencialmente certificados de energia renovável, também ajudaria”, concluiu o FMI.